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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Trabalho da Emater ajuda bananicultores a melhorar renda

Em Santana do Itararé a Emater aposta na cultura da banana como alternativa de diversificação das atividades agrícolas e de geração de renda para as famílias de agricultores. A bananicultura é tradicional no município, foi introduzida ainda na década de 60, mas no momento é explorada por apenas 8 produtores, que cultivam uma área de 100 hectares. “Estes agricultores estão organizados informalmente num grupo e são atendidos pela Emater há quatro anos.
“Estamos trabalhando para torná-los referência e usar as suas experiências para motivar novos produtores a investirem neste negócio que apresenta boa rentabilidade e encontro boas condições de clima e solo para se desenvolver aqui”, explica o extensionista José Carlos Vidal, da Emater.
Ele diz que a ação realizada pela Emater tem como meta garantir a rentabilidade, a qualidade do produto e consequentemente a melhoria da condição de vida das famílias. “A capacitação dos bananicultores foi feita através de visitas, mas também com a realização de cursos, dias de campo e excursões, em parceria com o Senar e a Prefeitura. Os produtores recebem ainda visitas periódicas de um técnico da Emater especialista na cultura da banana e de profissionais da Secretaria de Estado da Agricultura. Estes visitam as propriedades com o objetivo de coletar material para análise fitossanitária”, relata.

Pioneirismo e Historia - Atilio Palmonari e sua esposa Erondina com seus três filhos, vieram de Siqueira Campos para Santana do Itararé em 1961 e na época adquiriram um sítio de 29 alqueires para lidar com compra e venda de gado. Em 1963, decidiram investir na cultura da banana maçã, aproveitando uma área de aproximadamente 4 alqueires. O filho Neuli comenta que “o pai chegou a ser chamado de louco por resolver apostar naquela atividade”. Neste período, a família colhia a produção e a vendia, numa caminhonete, para mercados distantes, como Londrina.
Após cinco anos, a cultura foi atacada por um fungo que matou toda a plantação. Com a chegada do problema, a família se obrigou, então, a buscar outras alternativas. Foi somente oito anos depois, em 1976, que Atílio voltou a investir na banana, plantando 18 hectares da variedade nanicão.
O produtor com sua família trabalhou muito, investindo na atividade, e com isso, a cada ano, pode adquirir novas áreas de terras usadas sempre para a implantação de novos bananais. Segundo Neuli, seu pai foi pioneiro na cultura da banana no Norte paranaense, chegando a plantar uma área de aproximadamente 140 hectares.
Com o tempo, o bananal envelheceu e a entrada de uma nova praga, o nematóide, obrigou a família, em 2002, a erradicar a plantação. E a cultura foi esquecida por mais quatro anos.
Neste período, o patriarca Atilio ficou doente e os filhos passaram a se dedicar a outras culturas e a bovinocultura. Apenas os genros ainda insistiram com a banana na propriedade, mas em áreas menores.
Em 2008, Neuli Palmonari, sua esposa Elisabete e os filhos Marcelo, Laila e João Vitor, resolveram plantar 16 alqueires da variedade nanicão Grand Nine.
O produtor procurou a Emater para obter orientação. A preocupação principal era com o uso de mudas de boa qualidade. Com o técnico Jose Carlos Vidal, foi até Andirá, município grande produtor de banana da região, e lá conseguiram mudas certificadas, de melhor qualidade genética.
Após retomar a atividade, Neuli falava para o pai que iria produzir cachos de 60 quilos, mas este não chegou a ver o resultado. Atílio faleceu em 2009 e a propriedade de 300 alqueires foi dividida entre os irmãos.
Na área destinada ao Neuli, a cultura da banana ficou sob a responsabilidade da esposa Elisabete, que contrata dezesseis funcionários. Ela comenta que trabalha só no setor produtivo e vende toda a produção em carga fechada, de 550 caixas. A área plantada chega a produzir em média 1 mil caixas por semana, vendida a um preço de R$ 0,50 o quilo. O comprador de parte da safra é o seu próprio filho Marcelo e a esposa dele, Maria, e o restante vai para compradores de municípios vizinhos do estado de São Paulo. A Elisabete comenta que o trabalho de comercialização é bastante estressante, porque no setor de produção ela já tem que cuidar de muita coisa: do manejo fitossanitário, tratos culturais, ensacamento, limpeza de folhas doentes. E tudo isso precisa ser feito na hora certa, de forma correta, seguindo a orientação do técnico da Emater para diminuir gastos e evitar o desperdício de defensivos e adubos.
Neuli comenta que a família reparte o trabalho e os lucros, pois o filho Marcelo Palmonari com a esposa dele, Maria, faz a parte comercial (compra e venda). Lembrando que o casal, em 2011, decidiu investir num packing house, espaço para preparação e embalagem das frutas. Nesta casa faz todo o processo de recebimento, limpeza (toalete), lavagem, tratamento e higienização do produto, encaixamento e climatização, para depois a banana ser comercializada para os municípios de Itapeva e região garantindo, assim, a qualidade das frutas no seu destino final.
Para a comercialização da fruta, o técnico Jose Carlos Vidal, da Emater, comenta que o produtor necessita da certificado fitossanitário de origem (CFO) que é fornecido pelo engenheiro agrônomo Mauricio Castro Alves, também da Emater. Para emitir esse documento, os extensionistas precisam fazer de uma a duas visitas por mês à propriedade, para a mitigação das doenças Sigatoka Negra e Sigatoka Amarela. Nestas visitas, o produtor recebe orientações técnicas sobre a condução da cultura. Além das visitas, é feito um registro num livro ata de todas as recomendações repassadas pelos técnicos na propriedade.

Projeto Regional - O engenheiro agrônomo Fernando Teixeira de Oliveira, da Emater de Andirá, especialista na cultura da banana, trabalha há anos com fruticultura e animado com os resultados obtidos nos últimos anos tomou a iniciativa de incentivar ainda mais a atividade. Deste modo, um grupo de técnicos da Emater que atua com a Fruticultura elaborou um projeto de estimulo à diversificação das propriedades rurais no território Integração Norte Pioneiro, propondo, entre outras medidas, a construção de um viveiro de mudas de banana, maracujá e abacaxi que irá atender as famílias da região.
Mauricio Castro Alves, gerente regional da Emater, comenta que este projeto visa expandir a fruticultura nos municípios pertencentes ao Território Integração Norte Pioneiro, procurando proporcionar aos pequenos produtores uma nova atividade lucrativa, capaz de gerar renda e emprego impactando positivamente os demais setores da economia local. Com o aproveitamento desta potencialidade, toda a sociedade local passa a ser beneficiada, visto que o setor agrícola é a base da economia. (Extensionistas Mara Emilia de Castro Pangone/Emater-Ibaiti e Jose Carlos Vidal/Emater-Santana do Itararé)

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